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Exames laboratoriais são necessários antes de prescrever anticoncepcional?
Comitê de Trombose da ABHH indica que cada caso deve ser analisado pelo ginecologista, pois ainda não existem testes laboratoriais capazes de prever isoladamente o risco trombótico de cada mulher.
Mais do que fazer a investigação de trombofilia, a ABHH sugere avaliar todas as situações associadas ao risco de trombose antes da prescrição de terapia hormonal. foto: freedigitalphoto
A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), a partir de petição que pressiona a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) a recomendarem a solicitação de exames laboratoriais para diagnóstico de trombofilias antes da prescrição de anticoncepcionais, vem a público manifestar-se sobre o tema.
O uso de anticoncepcionais combinados e o risco de eventos tromboembólicos é reconhecida há anos pela literatura médica. Estudos populacionais realizados ao longo das últimas décadas mostram de forma clara que este risco é influenciado também pela presença de diversos outros fatores como a idade, tabagismo, obesidade, sedentarismo, hipertensão, dislipidemias, história familiar de trombose, entre outros.
É fato que como qualquer medicamento, o uso de anticoncepcionais orais traz consigo riscos e benefícios. A avaliação cuidadosa dessa equação para cada paciente é utilizada no Brasil, e em todo o mundo, como padrão para a indicação do uso destes agentes. Além disso, a literatura médica tem destacado cada vez nos últimos anos, a importância da participação do paciente nesta decisão, através da disponibilização de informações claras sobre estes riscos.
A partir da década de 1990, foram descobertas algumas deficiências de proteínas anticoagulantes e mutações protrombóticas que se associam a um maior risco de trombose. Conhecidos coletivamente como “trombofilias hereditárias”, a presença destes fatores, associada a outros fatores de risco para trombose, por exemplo, o uso de anticoncepcionais, pode fazer elevar ainda mais a chance de se desenvolver um evento trombótico.
Na verdade, do total de indivíduos cuja história familiar indica um risco aumentado de tromboses, apenas cerca de 50 a 60% apresentam algumas destas mutações. Em outras palavras, muitas pessoas com risco aumentado para trombose apresentarão resultados negativos para estes exames, que se mal interpretados, podem levar a uma falsa sensação de segurança. É exatamente por este motivo que a comunidade científica, após anos se debruçando sobre este tema, não recomenda em nenhum país que estes testes sejam usados como guia para a definição do risco trombótico antes do uso de anticoncepcionais ou de terapia de reposição hormonal. Em se tratando de uma recomendação para adoção destes testes em escala populacional, como recentemente proposto, a recomendação se torna ainda mais temerária, não apenas pelos custos desnecessários que seriam impostos aos sistemas de saúde pública e privada, mas principalmente pelos riscos que a interpretação equivocada destes testes poderia levar à saúde da população.
Em resumo, qualquer recomendação para adoção sistemática de um teste deve ser submetida ao mesmo tipo de escrutínio usado para indicação de medicamentos, livre da influência de apelos sensacionalistas com base em casos individuais, por mais sérios que estes possam ser. Para esta análise, o Brasil possui um corpo de médicos e cientistas altamente qualificados, que com certeza podem contribuir para evitar decisões que coloquem em risco a saúde de nossa população.
Sobre a doença
A trombose venosa profunda (TVP) e sua mais temida complicação, o tromboembolismo pulmonar (TEP) são manifestações cada vez mais diagnosticadas e comentadas. É preciso entender as causas, complicações e tratamento para uma ampla discussão a respeito de métodos preventivos adequados.
A formação de coágulo em veias calibrosas é mais frequente nos membros inferiores, mas pode ocorrer em qualquer parte do sistema vascular. A sua formação é decorrente na imensa maioria dos casos de ativação indevida e exagerada do sistema de coagulação, com interrupção do fluxo venoso normal.
São diversas as situações naturais e patológicas associadas à TVP, entre elas, o simples avançar da idade, sobrepeso e obesidade, tabagismo, varizes de membros inferiores, imobilização, gestação e puerpério, sedentarismo, para citar as mais comuns. Algumas doenças também são claramente relacionadas à maior chance de trombose como dislipidemias, hipotireoidismo mal controlado, câncer, vasculites, cateteres intravenosos, infecções. A composição, quantidade e tipo de estrógeno e progesterona, todos influenciam no risco de trombose a que a paciente está sujeita.
As trombofilias, assim chamadas por serem condições congênitas ou adquiridas que predispõem a trombose, fazem com que determinado indivíduo tenha maior capacidade de formação de trombos do que a média da população geral. As trombofilias não são todas iguais e algumas modificam pouco, outras aumentam enormemente esta tendência.
Não basta fazer a investigação laboratorial de trombofilia para concluir se uma pessoa pode ou não tomar anticoncepcionais e pode ser falsa a ideia de segurança caso a investigação venha negativa. É necessário fazer toda a avaliação clínica pertinente, incluindo histórico pessoal e familiar.
O médico deve sempre conversar com sua paciente a respeito dos benefícios e indicação do uso de terapia hormonal, assim como seus possíveis efeitos indesejados. Nos casos em que for indicado, deve realizar análise laboratorial complementar e assim decidir qual a melhor conduta terapêutica.
Mais do que fazer a investigação de trombofilia, a ABHH sugere:
– Avaliar todas as situações associadas ao risco de trombose antes da prescrição de terapia hormonal;
– Deve ser considerado o benefício que a medicação poderá trazer;
– Avaliar histórico pessoal e familiar de trombose, sendo que será importante se em parente de primeiro grau e antes dos 50 anos;
– Não fazer de rotina a investigação de trombofilia;
– Caso identificada trombofilia, considerar a indicação de uso e tipo e dosagem hormonal a ser prescrito;
– Lembrar que todas as pílulas aumentam o risco de trombose, porém que o risco absoluto permanece baixo para todas elas;
– Conversar com a paciente sobre os possíveis efeitos colaterais e sinais e sintomas de trombose venosa.
Fonte:
Labnetwork
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