Uma pesquisa desenvolvida pelo Laboratório de Virologia Molecular do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná) confirmou a presença do Zika vírus em oito amostras humanas vindas do Rio Grande do Norte. O resultado, obtido pela técnica RT PCR – que amplifica o material genético do vírus – foi confirmado pelo sequenciamento do genoma viral. Além de constatar a circulação do vírus no país, o estudo reforça a importância da vigilância epidemiológica neste contexto. Transmitido nas áreas urbanas pelo mosquito Aedes aegypti – mesmo vetor responsável pela transmissão da dengue e do chikungunya –, o Zika vírus foi introduzido no Brasil, possivelmente, por turistas que vieram assistir à Copa do Mundo em 2014. As amostras foram encaminhadas ao Instituto Evandro Chagas e ao Centro de Controle de Prevenção de Doenças do Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), onde foram analisadas e confirmadas.
Chefe do Laboratório de Virologia Molecular do ICC, a virologista Claudia Nunes Duarte dos Santos explica que há dois tipos de cepas do Zika vírus (Foto: Divulgação / Fiocruz Paraná)
“Por meio de uma colaboração com a Universidade Federal do Rio Grande Norte, recebemos 21 amostras coletadas em abril deste ano e enviadas ao nosso Laboratório pelo médico infectologista Kleber Luz. Todas foram analisadas e descartadas para dengue e chikungunya. Para a identificação do Zika vírus, utilizamos reagentes validados, com capacidade de reconhecer diferentes cepas desse vírus e confirmamos a presença de seu ácido ribonucleico (RNA, na sigla em inglês) viral em oito amostras. Além disso, confirmamos esse resultado pelo sequenciamento do genoma viral”, explica a virologista Claudia Nunes Duarte dos Santos, chefe do Laboratório de Virologia Molecular do ICC. “Existem dois tipos de cepas do Zika vírus: uma asiática e outra africana. O resultado do sequenciamento do genoma inicialmente indica que trata-se da cepa asiática, mas ainda vamos aprofundar a investigação”, esclarece a pesquisadora.