O diabetes mellitus (DM) é uma doença endócrina-metabólica de etiologia heterogênea, decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos. Envolve fatores genéticos, biológicos e ambientais, caracterizada por hiperglicemia crônica resultante de defeitos na secreção ou na ação da insulina. A hiperglicemia persistente está associada a complicações crônicas micro e macrovasculares, aumento de morbidade, redução da qualidade de vida e elevação da taxa de mortalidade. A DM pode evoluir com complicações agudas (hipoglicemia, cetoacidose e síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica) e crônicas - microvasculares (retinopatia, nefropatia, neuropatia) e macrovasculares (doença arterial coronariana, doença arterial periférica e doença cerebrovascular).
Segundo a Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes, o diagnóstico de DM deve ser estabelecido pela identificação de hiperglicemia. Para isto, podem ser usados a glicemia plasmática de jejum, o teste de tolerância oral à glicose (TOTG) e a hemoglobina glicada (HbA1c)4 , seguindo-se:
• Glicemia em jejum: coletada em sangue periférico após jejum calórico de no mínimo oit o horas;
• TOTG: previamente à ingestão de 75 gramas de glicose dissolvida em água, coleta-se uma amostra de sangue em jejum para determinação da glicemia; coleta-se outra, então, após duas horas da sobrecarga oral. A dieta deve ser a habitual e sem restrição de carboidratos pelo menos nos três dias anteriores à realização do teste. Permite avaliação da glicemia após sobrecarga, que pode ser a única alteração detectável no início do DM, refletindo a perda de primeira fase da secreção de insulina;
• Hemoglobina glicada (HbA1c): oferece vantagens ao refletir níveis glicêmicos dos últimos três a quatro meses e sofrer menor variabilidade dia a dia, além de não estar relacionada ao estado de jejum para sua determinação. Entretanto, esse exame é uma medida indireta da glicemia, sofre interferência de algumas situações, como anemias, hemoglobinopatias e uremia, nas quais é preferível diagnosticar o estado de tolerância à glicose com base na dosagem glicêmica direta. Outros fatores, como idade e etnia, também podem interferir no resultado da HbA1c. Para que possa ser utilizada no diagnóstico de DM, a determinação da HbA1c deve ocorrer pelo método padronizado no Diabetes Control and Complications Trial (DCCT) e certificado pelo National Glycohemoglobin Standardization Program (NGSP).
Recomenda-se utilizar como critério de diagnóstico de DM: glicemia plasmática de jejum ≥ 126 mg/dl, glicemia duas horas após sobrecarga de 75 gramas de glicose anidra ≥ 200 mg/dl, HbA1c ≥ 6,5%. São necessários dois exames alterados para confirmação diagnóstica. Se somente um exame estiver alterado, recomenda-se que este seja repetido para confirmação. Na presença de sintomas inequívocos de hiperglicemia, é recomendado que o diagnóstico seja realizado por meio de glicemia ao acaso ≥ 200 mg/dl. Deve ser considerado que, se houver glicemia de jejum ≥ 126 mg/L e HbA1c ≥ 6,5% numa mesma amostra de sangue, o diagnóstico de DM seja estabelecido.
A hemoglobina glicada (HbA1c) é uma fração da hemoglobina total que apresenta ligação estável e irreversível com a molécula de glicose, resultante de um processo chamado glicação não enzimática. Esse fenômeno ocorre continuamente ao longo da vida das hemácias, cuja duração média é de aproximadamente 120 dias.
O grau de glicação é diretamente proporcional à concentração média de glicose no sangue durante o período de vida da hemácia. Assim, a dosagem da HbA1c fornece uma estimativa confiável da média glicêmica dos últimos 2 a 3 meses, diferentemente da glicemia de jejum, que reflete apenas o momento da coleta.
Um dos principais métodos utilizados para a análise da hemoglobina glicada é a dosagem por HPLC (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência) – considerado padrão-ouro para essa análise.
Na dosagem da hemoglobina glicada (HbA1c), utiliza-se geralmente o HPLC por troca catiônica, onde as diferentes frações de hemoglobina são separadas de acordo com suas cargas elétricas sob a ação de uma fase móvel líquida, bombeada sob alta pressão através de uma coluna cromatográfica.
O sistema detecta e registra cada fração como um pico no cromatograma, permitindo a distinção entre HbA1c, hemoglobinas variantes, Hb fetal e outras formas modificadas. Essa separação garante alta especificidade e baixa interferência analítica, confirmando o HPLC como padrão-ouro para monitoramento glicêmico de médio prazo, conforme diretrizes do NGSP (National Glycohemoglobin Standardization Program) e pelo IFCC (International Federation of Clinical Chemistry), garantindo comparabilidade entre laboratórios.
A Analisa Diagnóstica apresenta para seus clientes e parceiros o analisador de hemoglobina glicada HB 100 com metodologia HPLC garantindo confiabilidade e segurança na liberação dos resultados.
O HB100 baseia-se no fato de que HbA1c e outros componentes da hemoglobina têm cargas diferentes, sob determinada força iônica do tampão, se ligam de maneira diferente aos grupos iônicos acoplados à superfície da resina da coluna analítica, permitindo assim a diferenciação do HbA1c dos outros componentes (HbA1a, HbA1b, HbF, HbA0) para separação. A absorbância de cada componente eluído da coluna analítica é detectada. A área sob cada pico é utilizada pelo software para calcular a proporção de HbA1c em relação ao Hb total, permitindo a identificação do pico e do conteúdo. O sangue pode ser amostrado, diluído, eluído, medido e limpo colocando o tubo de coleta de sangue com tampa de borracha diretamente no suporte de amostra.
HB100 é um equipamento automático e fácil de usar pois possui interface simples e tela sensível ao toque, resultado em até 2 minutos e baixo coeficiente de variação. Para análise neste equipamento não é necessário a preparação prévia das amostras, sendo o reconhecimento do tipo de amostra disponível na interface do software. Compacto e confiável ferramenta indispensável para a rotina do seu laboratório.
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