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Você sabe o que são as hepatites virais?

Silenciosas e perigosas, elas podem evoluir para cirrose e até câncer hepático se não forem diagnosticadas a tempo.

Introdução

As hepatites são inflamações do fígado, que podem ter diversas causas, sendo as infecciosas – em especial as virais – as mais comuns. As hepatites virais representam um importante problema de saúde pública global, com milhões de pessoas infectadas cronicamente, muitas vezes de forma assintomática. Existem diferentes tipos de hepatites virais, classificadas pelas letras A, B, C, D e E, sendo as hepatites B e C as principais causas de cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. A detecção precoce e o monitoramento dessas infecções são fundamentais, e os exames laboratoriais desempenham papel central nesse contexto.

Etiologia e Classificação das Hepatites

Tipo	Agente etiológico	Transmissão	Diagnóstico Laboratorial	EvoluçãoClínica	Profilaxia
A	Vírus da Hepatite A (HAV)	Fecal-oral (alimentos,água contaminada)	Sorologia:IgM anti-HAV(fase aguda)	Aguda e autolimitada,sem cronificação	Vacinação, saneamento básico
B	Vírus da Hepatite B (HBV)	Sexual, parenteral, vertical	HBsAg,anti-HBc IgM, HBeAg, DNA-HBV	Agudaoucrônica, risco de cirrose e câncer	Vacinação, preservativos, controle de doadores
C	Vírus da Hepatite C (HCV)	Parenteral (transfusão, seringas,etc.)	Anti-HCV, PCR-HCV(RNA viral)	Altataxade cronificação	Sem vacina, prevenção por redução de riscos
D	Vírus da Hepatite D (HDV)	Coinfecção com HBV	Anti-HDV, RNA-HDV	Forma mais grave em coinfecção ou superinfecção	Vacina contra HBV previne HDV
E	Vírus da Hepatite E (HEV)	Fecal-oral (água contaminada)	IgM anti-HEV	Geralmente aguda, grave em gestantes	Saneamento básico, não há vacinanoBrasil

Importância dos Exames Laboratoriais nas Hepatites

As hepatites virais muitas vezes são silenciosas. Sem sintomas evidentes no início, podem evoluir para cirrose, insuficiência hepática e até câncer de fígado.

Por isso, os exames laboratoriais são fundamentais para:

Detectar precocemente a infecção
Identificar o tipo viral (A, B, C, D ou E)
Avaliar a gravidade da lesão hepática
Monitorar a resposta ao tratamento
Prevenir a transmissão a outras pessoas

Os principais exames incluem:

Sorologias (IgM, HBsAg, anti-HCV, etc.)
PCR para carga viral
Provas de função hepática (TGO, TGP, bilirrubinas, albumina, TP)

A testagem é a chave para interromper a cadeia de transmissão e proteger a saúde coletiva.

Determinação da Fase da Doença

A análise dos marcadores sorológicos permite distinguir entre infecção aguda, crônica, ou resolvida. Por exemplo:

Presença de HBsAg por mais de 6 meses indica hepatite B crônica.
Detecção de HCV-RNA por PCR confirma infecção ativa.

Avaliação da Gravidade e Prognóstico

Exames bioquímicos como:

ALT (TGP) e AST (TGO): Marcadores de lesão hepatocelular.
Bilirrubinas (total, direta e indireta): Avaliam a função de excreção hepática.
Fosfatase alcalina e GGT: Indicadores de colestase.
Albumina e tempo de protrombina (TP/INR): Avaliam a síntese hepática.

Monitoramento da Terapia

A resposta ao tratamento antiviral é avaliada pela:

Redução da carga viral (HBV-DNA/HCV-RNA)
Soroconversão de marcadores virais
Melhora dos exames de função hepática

Considerações Finais

As hepatites virais crônicas, especialmente as causadas por HBV e HCV, constituem um desafio global devido à alta morbimortalidade associada. A identificação precisa do agente etiológico é essencial para o prognóstico e definição terapêutica. O avanço dos métodos laboratoriais, com maior sensibilidade e especificidade, tem permitido diagnósticos precoces, monitoramento clínico eficaz e suporte às ações de saúde pública. A atuação integrada entre profissionais da saúde, laboratórios e políticas preventivas é fundamental para o controle e eliminação das hepatites virais como problema de saúde pública.

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