Introdução
A dengue é uma arbovirose causada pelo vírus da dengue (DENV), pertencente à família Flaviviridae e transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti. Ela é causada por quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). O diagnóstico laboratorial pode ser realizado por diferentes métodos, incluindo testes sorológicos que detectam anticorpos específicos produzidos em resposta à infecção. O diagnóstico laboratorial é essencial para a identificação da infecção, especialmente para diferenciar infecções recentes e passadas. Os testes mais utilizados incluem a detecção de anticorpos IgG/IgM e o antígeno NS1. O antígeno NS1 (Non-Structural Protein 1) é uma glicoproteína altamente conservada do vírus da dengue (DENV), presente em altas concentrações no soro de pacientes infectados durante a fase aguda da doença. NS1 é uma proteína não estrutural essencial para a replicação viral e é secretada no sangue, tornando-se um importante marcador para o diagnóstico precoce da infecção pelo DENV.
Teste Dengue IgG/IgM
O teste de Dengue IgG/IgM é um ensaio imunocromatográfico ou imuno sorológico (ELISA) utilizado para detectar anticorpos das classes IgG e IgM contra o vírus da dengue no soro, plasma ou sangue total do paciente.
IgM (Imunoglobulina M): Normalmente detectável a partir do 4º ao 5º dia após o início dos sintomas, atingindo um pico por volta da segunda semana e declinando progressivamente após algumas semanas. A presença de IgM indica uma infecção recente ou primária.
IgG (Imunoglobulina G): Geralmente detectável a partir do final da primeira semana da infecção, permanecendo no organismo por meses ou anos. A presença isolada de IgG sugere uma infecção passada ou uma resposta secundária em reinfecções.
Princípio: Teste sorológico que detecta anticorpos da classe IgG e IgM contra o vírus da dengue.
Fase da infecção:
IgM: Indica infecção recente, geralmente detectável a partir do 5º dia após o início dos sintomas.
IgG: Indica infecção prévia ou resposta secundária, podendo persistir por anos.
Interpretação:
IgM positivo, IgG negativo → Infecção recente (fase aguda).
IgM positivo, IgG positivo → Infecção recente ou secundária.
IgM negativo, IgG positivo → Infecção passada.
Limitações do Teste
Resultados falso-negativos podem ocorrer na fase inicial da infecção antes da produção significativa de anticorpos.
Reações cruzadas podem ocorrer com outros flavivírus, como o vírus da zika e febre amarela.
Para diagnóstico definitivo, recomenda-se a associação com testes moleculares (RT-PCR) e avaliação clínica do paciente.
Teste NS1 (Antígeno não estrutural 1)
A proteína NS1 tem aproximadamente 46 kDa e é produzida em três formas principais: monomérica intracelular associada ao retículo endoplasmático, dimérica ancorada à membrana celular e forma hexamérica solúvel encontrada no plasma. Seu papel biológico inclui interação com o sistema imune do hospedeiro e participação na patogênese da dengue, podendo contribuir para a disfunção vascular e aumento da permeabilidade capilar.O teste de detecção de NS1 é amplamente utilizado para o diagnóstico precoce da dengue, especialmente nos primeiros 1 a 7 dias após o início dos sintomas, antes do desenvolvimento de anticorpos IgM e IgG. Métodos comuns incluem: Elisa e testes rápidos imunocromatográficos.
A sensibilidade do teste pode variar de acordo com o sorotipo do vírus e a resposta imune do paciente. Em infecções secundárias, a presença de anticorpos pode reduzir a detecção de NS1 devido à formação de complexos imunes.
Princípio: Detecta diretamente a proteína NS1 do vírus da dengue no sangue.
Fase da infecção: Melhor indicado para a fase inicial da doença, geralmente positivo nos primeiros 1 a 5 dias após o início dos sintomas.
NS1 positivo → Infecção ativa.
NS1 negativo → Não exclui dengue, pois a viremia pode já ter diminuído.
Vantagens:
Diagnóstico precoce antes da resposta imunológica.
Maior especificidade em relação aos testes de anticorpos.
Limitações:
Pode apresentar menor sensibilidade em infecções secundárias.
A sensibilidade pode variar conforme o sorotipo do vírus.
Conclusão
O teste Dengue IgG/IgM é uma ferramenta importante para o diagnóstico e monitoramento da infecção pelo vírus da dengue, permitindo a identificação de casos recentes e passados. No entanto, sua interpretação deve ser feita em conjunto com outros exames laboratoriais e a avaliação clínica do paciente.
A detecção de NS1 é essencial para a diferenciação entre dengue e outras arboviroses, permitindo intervenções médicas precoces e monitoramento de complicações, como a febre hemorrágica da dengue. Além disso, a pesquisa sobre NS1 tem avançado no desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas e vacinas contra a dengue.
O Teste NS1 é útil para o diagnóstico precoce nos primeiros dias da infecção.
O teste IgG/IgM auxilia na diferenciação entre infecção recente, passada e reinfecções.
A combinação de ambos os testes melhora a precisão diagnóstica, cobrindo diferentes fases da doença.
Fonte:
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/campanhas/dengue/testes-de-dengue
https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/quais-testes-rapidos-de-dengue-estao-disponiveis-e-como-interpreta-los/
DOMINGUES, Raissa et al. Revisão sistemática de testes rápidos para diagnóstico de dengue. In: ENCONTRO CIENTÍFICO DE PESQUISAS APLICADAS ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE., 1., 2015, Brasília. Anais [...]. Brasília: Fiocruz Brasília, 2015. 19 p. Apresentação de slides e Resumo.